O ponto de partida do romance é a Primeira Guerra Mundial mas, apesar do seu início aí, este não é um livro sobre aquela que foi uma terrível chacina e o início de uma nova era no nosso planeta.
Aqui, acompanhamos dois jovens cuja vida foi transformada por este evento, de tal forma, que o regresso à "normalidade" se torna impraticável. Unidos por mero acaso, a ligação de amizade que se desenvolve entre Albert e Édouard ultrapassa todos os obstáculos e irá encaminhá-los para um desfecho trágico e à partida imprevisível.
Se esta relação é o centro de Até nos Vermos lá em Cima, a trama vai muito além dela. O negócio da construção dos monumentos de homenagem aos soldados tombados na luta, a fraude dos caixões das exumações dos mesmos, o desespero das famílias enlutadas, a aprendizagem de uma nova vida em condições físicas e económicas extremamente duras, são, com veracidade ou de forma fictícia, tratados neste romance.
Com uma escrita que se divide entre momentos de grande ternura e descrições de uma crueldade impressionantes, a sua leitura faz-se de forma voraz e não deixa ninguém indiferente.
Recomenda-se!